quinta-feira, novembro 24, 2011

YES WE CAN! - SIM NÓS PODEMOS!


As pessoas não sabem que, diferente da imprensa que precisa ser imparcial, nós, do povo, podemos SIM apontar o dedo para os corruptos, bandidos, ladrões e tantos outros safados (e outros adjetivos que merecem) que estão lá, no Governo Federal.

PODEMOS estampar seus rostos em cartazes e murais e citar seus nomes quando eles são acusados, condenados e impunemente liberados pela justiça.

Diferente da imprensa, não precisamos nem de provas concretas para tal.
É direito do povo apontar, duvidar, investigar e acusar. É nosso direito!

As pessoas não sabem mas, sim nós PODEMOS!

quarta-feira, agosto 31, 2011

Culpa + Ira = Remorso Intenso


Existe um sentimento formado pela combinação da Culpa com a Ira. Este sentimento é o que chamo de Remorso Intenso.

Culpa + Ira = Remorso Intenso

O Remorso Intenso nasce de uma ação extrema tomada por uma causa justa para nós, mas que faz com que nos sintamos mal, numa espécie de martírio. Este remorso é potencializado por dois fatores distintos: Primeiro por sabermos que a atitude foi justa (aos nossos olhos) e, mesmo assim, nos sentirmos mal; em outras palavras, nos sentimos otários por termos remorso. Segundo por que somos os executores de uma ação que, apesar de justa ou necessária, foi nociva a alguém.
Quando o “alguém” acima se refere a uma pessoa com quem temos uma relação de amor ou afeto, este Remorso Intenso transforma-se numa dor aguda, física, que pode ser sentida de imediato.

(Culpa + Ira)*Amor = Remorso Intenso² = Dor física

Acabei analisando profundamente este fato por que o “sintoma” que descrevo aí é algo que observo em pessoas com duas doenças bastante comuns: O câncer e a depressão.

A depressão como resposta natural a estímulos negativos normalmente já traz estes sintomas. Mas a depressão patológica é, do meu ponto de vista, claramente ligada a um circulo vicioso dos sentimentos acima descritos, podendo chegar à dor física. Muitas vezes a dor física é até mesmo a primeira instância da patologia.

O câncer é causado por uma disfunção celular, mas as explicações para suas causas e origens são ainda muito debatidas.

Não sou médico, terapeuta nem nada disso. Mas não há quem me tire da cabeça que o câncer é uma doença intimamente ligada à fatores psicológicos. Não posso afirmar que todo e qualquer tipo de câncer compartilhe deste mecanismo (oncologistas, não me matem! Podemos excluir, por exemplo, o melanoma.), mas das observações que já fiz sobre pessoas que sofrem das duas doenças formulei uma teoria.

Para mim o câncer é nada mais nada menos do que a somatização das “doenças da alma”. Não gosto do termos somatização e muito menos alma, mas são os mais explicativos neste caso.

Bom, não sou nenhum religioso, tanto quanto cientista, mas chamo de “alma” nossa parcela de conhecimento sobre a nossa existência neste mundo, nossa consciência.

Assim, acredito que as “doenças da alma” como as fobias, as psicoses e a depressão sejam um grupo de problemas que podem surgir por fatores genéticos, biológicos, comportamentais ou psicológicos. Mas os principais gatilhos dessas doenças são claro para mim: choques, perdas ou uma carga de Remorso Intenso.
Levando em consideração que tanto o choque quanto a perda são sentimentos que geram o Remorso Intenso, porém são involuntários. Não dependem da nossa ação.

Seguindo este raciocínio, o câncer é a somatização, a reação física, o combate físico a estas doenças. Ou seja, a pessoa que possui alguma “doença da alma” acumula altas doses de Remorso Intenso que, por sua vez, acaba gerando respostas físicas do nosso corpo contra este mal. Tentando eliminar estas “doenças” e seus sintomas físicos o corpo passa a combater ele mesmo em busca da nossa alma doente (ou consciência) e acaba por degradar nossa saúde física na tentativa de curar estes males etéreos.

Sinceramente não sei dizer se é loucura. Gostaria muito de ouvir que sim ou que não de médicos e terapeutas.

Mas que quando ouvimos falar em depressivos que sofrem dores físicas, causadas pela provável disfunção nos volumes de serotonina, da noradrenalina e da dopamina? Será que estas disfunções e a dor resultante também não interferem na forma como o sistema imunológico do nosso corpo reage? A briga contra um sintoma que possui uma “causa fantasma” não pode resultar na degradação ou disfunção das nossas células?

Não sei afirmar nada disso.
Essa é, na verdade, minha única certeza.
Não possuo conhecimento, ferramentas nem técnicas de investigação no assunto. Mas convivo com pessoas depressivas que se tratam há anos, já convivi com (e perdi) pessoas para o câncer, trabalhei com estudos da área farmacêutica e só posso dizer que não há quem me tire da cabeça a ligação entre a depressão ou os estados psicológicos e o câncer.

Que algum dia nos venha a luz.

(Este texto não possui qualquer fundamento científico. São apenas impressões e divagações sobre o assunto, baseados em observações e crenças pessoais. NÃO UTILIZE ESTE CONTEÚDO como fonte de argumentação científica.)

sábado, agosto 06, 2011

Nas palavras de Rousseau

É de se crer que as paixões ditaram os primeiros gestos e arrancaram as primeiras vozes... Não se começou raciocinando, mas sim sentindo. Para comover um jovem coração, para responder a um agressor injusto, a natureza dita acenos, gritos, lamentos. Eis aqui as palavras mais antigas inventadas, e eis aqui por que as primeiras línguas foram melodiosas e apaixonadas antes mesmo de serem simples e metódicas... Eis aqui como o sentido figurado nasce antes do literal, quando a paixão fascina os nossos olhos, e a primeira noção que nos oferece não é a da verdade.

Jean-Jacques Rousseau

quinta-feira, julho 21, 2011

Giramundo


Fumar não é mais estiloso,
Beber não é mais um ritual de passagem da adolescência para a vida adulta,
Pessoas que nasceram no mundo pós-guerra hoje separam o lixo reciclável,
Cidadãos quebram as próprias fronteiras para derrubar ditadores,
Sustentabilidade é um termo ensinado nas escolas,
Os jovens estão cansando da canibalização do mundo empresarial,
Estudar voltou a ser a melhor opção para quem deseja o futuro,
Amar o próximo está deixando de ser brega,
Assim como ser gente boa.

É... acho que este mundo ainda muda.
E está a se tornar um lugar melhor para os nossos filhos.

domingo, julho 03, 2011

Lapi dade


Com o legado da severidade explode a granada
E com ela se vai mais da metade de um tudo
Substituindo de corpo e alma e atitude
Dilacerando de saudade bem profundo

O coração vazio de um caçador
Que subjuga a presa da sua vida
O animal mais feroz da selva antiga
O vazio da eterna gratidão e dívida

É o medo de um medo ainda maior
O fim do desejo visceral da natureza
Que afugenta a dor quando arde e deixa
Seu próprio mundo que de pronto não o aceita

Que lástima a carga dura desta farda
A vitória de um caçador sem sua presa
Pois o bom nativo pode cruzar mil hectares
Se a arma fizer castrar sua natureza

domingo, maio 29, 2011

Contrato


Devia existir uma cláusula no contrato da vida humana
Que proibisse um sentimento de não ser exprimido
Que permitisse não tornar a tristeza um crime
E que qualquer sentença fosse inferior à solidão

Haveria um meio de sentir-se triste
Sem torturar o coração alheio
Não seria necessário retrucar os anseios
Nem fazer do amor uma dívida depositada em juízo

As dores passariam com o tempo
Sem que ao menos alguém as visse
Ou seriam uma paisagem displicente
Como um navio que abandona o porto

Os casais se abraçariam num dia frio de inverno
Sentados muito juntos em bancos de praças
Assistindo o pôr do sol maravilhoso
Das dores que atravessam muito além do nosso corpo

Esta clausula garantiria a qualquer um do mundo
Que nunca mais se sentisse sozinho
Pois quem tem muitos iguais à sua volta
Nem sempre aprende a ficar em paz consigo

terça-feira, maio 17, 2011

Guerra e Paz

Folha de São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 2011
Da seção Painel do Leitor

[ Espantado com a facilidade e a rapidez com que os líderes políticos mundiais se mobilizam para, digamos, “expandir a democracia a bala” em lugares como a Líbia, o Iraque e o Afeganistão, fico a imaginar o que os impede de se mobilizarem para ajudar o Japão a conter uma contaminação radioativa que já se alastra. Em outras palavras, por que as mobilizações para “matar pessoas” são tão eficientes, e as mobilizações para “salvar vidas”, tão inexistentes? ]

Lázaro Curvêlo Chaves (S. J. do Rio Pardo, SP)

segunda-feira, maio 16, 2011

2025


Chegou em casa devagar.
O relógio pesava uma tonelada da manhã.
Sentiu o corpo cansado demais para cair na cama.
Seguiu até a cozinha, mas o estômago negara a comida três vezes.
Queria uma bebida, a saideira. Esticou a mão numa cerveja.
Não sentia mais os pés. O corpo todo retesado de dor e cansaço.

Arrastou-se até o quarto para tirar todo aquele cinto apertado.
Jogou os pés contra os chinelos e os braços na camiseta surrada.
Pensou por um momento que aquilo não era vida.
Trânsito o tempo todo.
Subiu no sofá e ligou a televisão. Desligou a televisão.
Pensou em ligar para a namorada, mas já era tarde demais.

Dividiu a cama com mais pensamentos.
Ligou o aparelho para ouvir música. Desligou o aparelho.
Sentia dor em cada vértebra do corpo magro.
Não rezava mais por aquela rotina.
Amava o esforço que fazia todos os dias.
O namoro de final de semana e a cerveja com os amigos.

Não amava mais a cidade.
Sabia que o sentimento não era dele. Era urbano.
Levantou cheio de sede e tropeçando no banheiro.
Uma língua translúcida de cloro vasou pela torneira.
Caiu em desgraça o paladar, último bastião dos sentidos.
Já basta.

quinta-feira, março 03, 2011

Visita ao Passado

Visitar o passado é uma tarefa comum a todos nós. Quem nunca recordou um momento, escutou novamente uma música ou assistiu muitas vezes um filme para experimentar quais sentimentos o acompanhariam?

Seja um local físico ou uma lembrança, tal como uma flor guardada entre as páginas de um diário ou a recordação de uma viagem, o passado remete a uma série de sentimentos. Mas seriam estes sentimentos sempre os mesmos ou estariam todos em constante mutação?

“Visitar o passado é como uma porta que se abre diante de uma estrada cheia de caminhos e, por mais que se repita a viagem, um caminho nunca será igual ao outro”.

Este é um ponto de vista semelhante ao meu e que nunca encontrei tão bem sintetizado quanto nesta frase. Isso me intriga já faz muito tempo!

Quando era pequeno e minha família decidiu demolir nossa casa no sítio em Jundiaí para construir a casa atual lembro-me de ter visitado a obra várias vezes. Numa dessas visitas ajudei os pedreiros a derrubarem uma das paredes do quarto dos meus pais. Ali seria, futuramente, o banheiro do meu próprio quarto.

Quando a parede veio abaixo num estampido seco sobre o concreto percebi, como uma criança preocupada, que havia derrubado a parede de casa. Um prego amassado que sustentava o quadro sobre a cabeceira da cama dos meus pais caíra bem perto do meu pé. Corri para casa, coloquei-o dentro de um envelope de lembranças no criado mudo e, inevitavelmente, durante várias arrumações, encontrei aquele prego novamente. Lembro-me de já ter sentido por ele compaixão, alegria, tristeza, saudades, amor, pena e, finalmente, vergonha por guardar um prego velho e enferrujado. Um prego tão velho que nem parece mais importante.

Um dia decidi jogá-lo fora. E o fiz. Naquele momento não houve sentimento. O prego já tinha sido visitado o suficiente e fora para o lixo.

Se arrependimento matasse, aquele prego ainda estaria comigo. Dei a ele um presente mais digno. Ninguém deseja ser, para sempre, um prego amassado.

Alguns anos depois, visitando o velho envelope, decidi que não queria mais saber do passado. Percebi que as pessoas que o visitam constantemente acabam se enganando em relação aos seus próprios sentimentos.

É visceral observar alguém que se depara com a sua própria história. Nunca podemos repeti-la com exatidão. Os momentos chegam até nós como numa brincadeira de telefone sem fio e quem brinca conosco é um bando torto de sentimentos.

Hoje, quando observo pessoas bebendo do riacho das “águas passadas” e sentindo-se culpadas, gosto de imaginar que decoraram um caminho sujo, longo e nebuloso demais para fazer suas visitas ao passado. E a cada visita o caminho difere do anterior. Raramente difere o suficiente para que o passado se perca ou seja deixado para trás.

Por mais que o passado pareça estático, não é.
Não é estático por que o caminho até ele muda o tempo.
Assim, uma flor em um diário não é apenas uma flor seca entre páginas de histórias.
É um caminho percorrido várias vezes.
Ida e volta.
O suficiente.
Até, enfim, torna-se apenas uma flor seca a ser retirada dali.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Mulheres

As mulheres não são boas
Não são más
Nem confusas

São cheias de caprichos
E o quê mais,
São belas

terça-feira, janeiro 18, 2011

O Mundo é de Quem?


Já há muitas gerações nasceu uma máxima humana que permanece causando confusão nas nossas cabeças:

“O mundo é dos espertos”

Para ser sincero não sei dizer desde quando este pensamento existe e qual foi o responsável por disseminá-lo pela humanidade. Mas sei dizer que faz muito tempo, já que Maquiavel escreveu em seu livro “O Príncipe” - um guia sobre como governar para reis e déspotas - sua máxima: “os fins justificam os meios”, que já doava muito do seu significado à idéia inicial.

O que não percebemos a tempo é que esta foi a idéia capaz de transformar o homem no lobo do homem e que passamos a viver no verdadeiro mundo cão. Mundo onde vence o mais esperto.

O esperto é o sujeito que tira vantagem de tudo, que é malandro e leva a vida no bico. O esperto brasileiro, por exemplo, nunca foi tão bem retratado quanto pelo charmoso personagem Zé Carioca, de Walt Disney.

O papagaio que levava todos os outros personagens no bico. Era um bajulador e um encantador. Vivia fugindo dos cobradores e enganando todo mundo para levar alguma vantagem.

Agora imagine um mundo formado somente por Zé Cariocas: Pessoas que desejam chegar primeiro em todos os lugares, andar mais rápido que as filas, cobrar dos outros muito além do que estão dispostos a oferecer, ou pagar.

Não parece bom.
E não é.

Hoje fazemos parte de uma sociedade que aparenta ser muito conectada, mas que se isola por necessidade. Abrimos as portas do mundo virtual para não precisar compartilhar o que é nosso no mundo físico.

Permitimos que vejam e julguem nossas palavras, mas não os nossos gestos.

O mundo dos espertos ficou, por culpa não se sabe de quem, cheio de lixo e desconfiança. Acreditar no próximo é cada vez mais difícil e apenas as situações extremas devem ser levadas em consideração, afinal, estas chamam atenção.

Preferimos desconfiar dos governos a entendê-los. Mais ou menos como fazemos com os nossos amores também...

Somos um bando de gente que se reúne para falar mal da falta de ação dos políticos, que reclama dos desastres naturais e do trânsito nas cidades. Mas qual é o nosso papel além de reclamar?

Pois é muito fácil dizer que não importa em qual candidato votamos nas eleições, por que todos são safados. É fácil afirmar que o trânsito é caótico nas cidades e, ao mesmo tempo, depositar nossos votos em palhaços ou pegar o carro e sair fechando todo mundo para mostrar quem manda na rua.

É o mundo fácil do bullying nas escolas e faculdades.

É muito mais fácil viver estressado e não pensar direito.

Não pensar nos outros. Não pensar nem mesmo nas conseqüências de todas estas coisas que fazemos automaticamente, por que somos muito espertos!

Pensar nos outros, por sinal, não significa ficar indignado e se lamentando com as tragédias que acontecem no mundo. Ficar com pena e defender quem sofre depois que tudo acontece.

Pensar nos outros é pensar ANTES.

É aquele ato de cidadania de quem não joga lixo nas ruas, faz doações regulares para ajudar os que precisam, aceita idéias e sugestões diferentes das suas, auxilia um estranho e dá espaço para o idoso sentar no ônibus ou na fila do hospital, da mesma forma que gostaria de receber as gentilezas em retorno um dia.

É o gesto cotidiano do voluntário.

É o ato daquele que levanta a bunda do sofá e vai até lá. Ajuda, socorre e doa. Depois senta e fica quieto. Não precisa mostrar para ninguém sua indignação, apontar dedos ou recriminar quem pensa diferente.

Acho estúpido ficar comentando as coisas junto com a mídia. Reservo-me o direito de fazer minhas preces, meus votos e minhas doações em silêncio, de forma totalmente particular. Não daquela maneira espalhafatosa de quem confunde “ajudar o próximo” com “ter pena daquele pobre coitado”.

É uma coisa linda nosso mundo de Zé Cariocas, onde todos precisam tirar vantagem e depois ficam chorando as pitangas quando o mundo se estrepa.

Quem é esperto não precisa de direitos, dá um jeito;
Quem é esperto não depende de ninguém, engana;
Quem é esperto não precisa respeitar, despista;
Quem é esperto não tem palavra, tem língua;
E assim por diante...

Quem dera o mundo fosse dos justos e sensatos, não dessa horda de espertos.

segunda-feira, janeiro 03, 2011

“Por Mim e Por Você”

Remexendo a papelada, como é de praxe no começo e fim de ano, acabei encontrando um texto escrito em 28 de fevereiro de 2000.

Tempos sem Blog, quando tudo era anotado cuidadosamente e cada trabalho automaticamente impresso e perdido no meio da papelada. Eh! eh!

Época esta quando me aproveitava da “licença poética” para escrever textos cheios de rimas, das mais pobres até as mais complexas. Achei muito engraçado me deparar com este, aqui e agora.

Foi curioso conhecer mais uma vez aquele autor munido de imediatismos, repetições e drama. Mais drama do que resultado. Desabafando sem dizer nada nestas folhas cheias de rabiscos e anotações como “OK” ou “+ ou ” e montes de cortes e censuras.

Notável reencontro para o fim de um ciclo e o começo de um novo ano!

E como dez para onze anos é uma data marcante, merece comemoração.

Então voilá!


“Por mim e por você”

Todos, todos nós
Por que viver para mim,
Por que viver para você,
Por que viver?

Tudo acontece agora
Tudo explode na sua cara
E você fecha os olhos
E só abrirá quanto tudo acontecer

Mas está a acontecer agora
Agora é o fim
Agora é o começo
Você tenta entender
Mas é tão difícil!

Os olhos se abrem devagar
A luz dói
A luz o faz sofrer

Todos, todos nós
Por que viver para mim,
Por que viver para você,
Por que viver?

A luz o fere
Você sente dor por que precisa viver
É bom ver algo assim que cega como a escuridão

Ali tudo se perde
Tudo se renova aos poucos
As cores firmam sua presença

E você sabe
E eu sei
Mas apenas nós sabemos
Que a verdade está ali
A verdade alegre e imoral
E que está sendo construída agora

Todos, todos nós
Por que viver para mim,
Por que viver para você,
Por que viver?

Ela se constrói, ela acontece
Sobre suas bases vazias
Sobre nós
Ela ainda é forte, grande
Ela sobrevive
Tenta respirar mais apenas se afoga

Mas é você
Mas sou eu
Nós vivemos e veremos
Somos e seremos parte dela

E foi assim que começou
E assim vai acabar

Nós vimos
Outros verão
Irá se repetir
Assim como hoje repete o ontem
E ontem repetiu o amanhã

Outros verão
Outros viverão
E saberão o porque
Saberão viver o mundo de todos os tempos

Que é uma deliciosa verdade
E uma triste derrota

Todos, todos nós
Por que viver para mim,
Por que viver para você,
Por que viver?

Todos sabem
Ainda há o viver
Ainda há o saber
Para que viver?
Para rir e sofrer
E mesmo assim viver
Por mim e por você


Eilor Marigo 28/02/2000